sexta-feira, outubro 30, 2009

Mas tantas, tantas fiz....

Amor, as poesias que escrevo para você
Estão cada vez mais ruinzinhas
Fraquinhas que só elas
Fingindo ingenuidades
Digressões inúteis

Eu já tentei de tudo:
Ovídio
Macumba
Remedinhos e Comidinhas
Análise de grupo
Saraus literários
Teses
&
Dissertações

Ai amor, que sina!
Ninguém merece
Ler Florbela Espanca e ficar dando choradinhas
Ler Paulo Coelho e dar uma de bruxinha

Já tentei ser crente.
Macumbeiro.
Espírita
E metaleiro.

Já tentei ser wicca.
Fiz cerimônia e tudo
Amigos góticos sábios e precisos
Me disseram que o caminho não era por aí.

Tentei também despachozinho sincera.
Bala juquinha, pipoquinha e fitinha
Na passarela do Columbandê jurei te esquecer
Tranquei caminhos,
Jurei tantas juras
Salvei demandas

Dei meia volta em Preto Velho
Mandei se fudê

Costurei na boca do sapo versinhos de amor
Minha decência
Meu orgulho
Meu desejo

Pra quê?
Pra quê?

Pra nada.
Pra vernissage no vazio
Pra melodias surdas
Pra filmes sem comentários

Pra vida de casado com a tristeza,
só e cruel com ares provincianos
Apostólicos, romanos e por aí vai.

E por aí vai.

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