sábado, outubro 17, 2009

Ao Mosquito do Samba, mascote do Parangolé

Mosquito, o Rio hoje está triste e cinza e eu te queria dizer azulado e alegre

E todo o potencial de toda aquela gente ressoa

Não quero conclusões metafóricas para o fogo que lambeu

Não quero imaginar chama de fogo triste dançando labareda

Vai Parangolé, ser livre e dançar nos corpos que ainda hoje sobem e descem e lutam

Vai você que já não tinha nenhum corpo te vestindo mesmo,

Vai entregue-se ao fogo como quem se dá à vida

Nunca, nunca, se precisou tanto afirmar o seu legado e a sua força

E a chuva? De tiros, de primavera triste, e televisões
(Confessarei uma coisa, isso de ser triste tem realmente o seu charme, como Cecília me disse. Outra Cecília quiçá mais nova quiça mais velha também entendida de assuntos de tristezas também me disse ao pé do ouvido que ela ainda era bem moça pra tanta tristeza e que era pra deixar de coisa e sim cuidar da vida pois a morte podia chegar e nos arrastar por aí sem termos visto a vida e eu te confesso que uma vez sim, eu vi alguém subindo com o violão na mão e eu estava no lindo ano de 2009)

O samba chora o feitiço emperra e a primavera encolhe a alegria indecente escondida tão bem escondida nos olhos daqueles que vêem. (tiros, tiros, tiros na brasa do brasil que queima e arde)

Estou possuído

Esse samba vai para o Mosquito. Sambará ainda?

E se eu achar sincera a pureza na sua origem?

Estou possuído porque me colocaram na corcunda e eu anão vi.
Fênix sorrateira, mentira enganosa, penso nisso. No instante esse que antecede o ato.

Alguém disse que não acreditava em Deus que não dançava

Frase Elegantíssima.

Hoje, dezessete de outubro, eu queria me vestir das palavras que arranquei, nada de despir não.
Hoje eu queria sambinha sincero, climinha intimista, cachacinha e você ao meu lado
mas nem a sinceridade nem a intimidade e nem o amor dançam

DESELEGÂNCIA CRETINA FECHO O PONTO NÃO ENVERGONHADO DE MINHA ÉPOCA DIGO QUE NÃO CHEGA DE SAUDADE DIGO QUERO MAIS SAUDADE DIGO DEUS QUE DANÇA DIGO ROUPA LEVE DIGO DA ADVERSIDADE VIVEMOS

Ainda.

*isso não é texto póstumo é texto de nascimento...
sujo da poeira estetizante ouso escrever “a luta continua” sem eco de auto censura ou pudor de musiquinha antiga

*tem gente sabendo: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/10/16/moradores-do-alto-leblon-farao-protesto-contra-instalacao-do-colegio-espaco-educacao-768095417.asp

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