domingo, julho 09, 2006

Soneto do Inverno (para todos os julhos)

Tua cara torta de grande cheira bosta
É a única voz que altiva se imposta
Através de todos os companheiros
Não consegues vencer os janeiros

Teu sonho único, tua pretensa utopia
De amor e de frio seco me valia
Tua manhã anoitecida é qual velha deflorada
No esplendor dos sessenta e quatro anos

Quatro vezes inverno. Qual socador de pessoas encolhidas
Que nos ônibus agasalhadas na cidade são vomitadas
Para o esplendor do teu ego sertanejo

És sincero. Isso que te fazes não suportável
Consciente de tua frivolidade nada mais é que aquela Criatura
Que não liga em passar a vez, cônscio daquela droga de sensatez!