domingo, fevereiro 13, 2011

Arvorezinha

Era tão legal aquela hora da tarde né? Que os grilinhos ficavam falando no nosso ouvido coisinha boa e a gente ficava tão afetada né? Parecia era duas bichas balançando assim na rede, vendo a tarde cair, ficar cantando que nem bobo olhando o pôr do sol como se não houvesse trabalho nos esperando para depois mais tarde e uma vontade louca de pegar um ônibus e ir com você pra cidade mais próxima, já lá perto daquele lugar que a gente pensava que ia viver, tinha uma sala com chão rachado mas era lindo, uma rachadura mínima naquele piso meio colorido, pedra fria, porta de madeira velha, cheiro de velho em todo lugar de madeira boa, de madeira antiga. E o banheiro então?! Ah, vontade que aquela casa tivesse uma sombra de uma mangueira ou um flamboyant. Já imaginava a casa nas sombras de verão se a árvore fosse de manga ia ter é manga pra todos os lados, suas folhas secas, suco de manga, sacolé de manga, sorvete de manga entupindo o congelador e aquele aroma por toda a casa nos janeiros que dão manga. E um flamboyant? Ah, um flamboyant deixaria cair suas micro folhinhas todas pequenininhas, galinhos finos tronco grosso com limo já. O flamboyant encarnado vermelho vivo, explodindo assim num dezembro só de céu azulado e você debaixo daquele vermelho doido dele olhando pra mim sorrindo sorriso cheio de sacanagem mancomunado com o Flamboyant cúmplice de nossas perversões e tinha que ter miquinhos, sim miquinhos berrando nas manhãs assoviando abrindo boquinhas com filhotinhos nas costas comendo banana que a gente ia botar pra eles banana pretinha banana velhinha que a gente sempre esquecia de comer banana bananinha amassadinha