sábado, fevereiro 18, 2006

Enxerto

Eu achei isso escrito:
Copiei para esse blog aqui mas modifiquei os nomes. E algumas frases.

Rebeca Del Rio resolveu passar a sua escrita para todos que um dia comprometeram-se com ela. Gonzales está pronto para deixar a música tocar. Num ambiente deveras onírico para deixar a loucura intacta. O sonho nos isenta: Good Morning, podes cantar, mas ó, não te esqueças de uma coisa: o tempo destrói tudo. Não te vanglories dos teus trinta e oito anos de vida. Esta é mais curta do que pensamos.
Não que Rebeca tenha se ressentido do conselho de um futuro suicida. Na verdade ela se ressentiu e para ela foi tão desconfortável viver, que chegara a ponto de colecionar momentos e glórias. Mas falemos de outras coisas. A pobre da personagem ainda não cantou. E como não havia o dançar? A menina dança. Ela ainda dança. Gonzales reparara que uma canção fora feita para ele. Dissera: essa música é minha. Assim como milhões de Gonzales dizem: “essa música é minha.” Essa música era para quem tinha problemas. Matemáticos? Tá, é isso. A supremacia é da razão. Mas voltemos ao que fora escrito há tempos atrás. Ela achou que rimava e verdadeiramente rimava. Ela era uma entidade.

“Um dia eu acordei e vi que ainda tinha os olhos marcados. Fazia calor e a música dizia algo entre intenso e veloz. Pensei no balanço.
Mas bem antes disso algo importante passou e gestos como todos possíveis não valeram.
Depois eu dormi. Depois vi. Não há acompanhamentos. A frase marcou o que seria o ocaso do acaso.
Brinquei de Deus com as palavras. Escondi sutilezas e não tive rumo quando olhei para mim e não me vi. Como é aquilo que o Pessoa diz? Algo de ter os anéis nos dedos e olhar? Princesas e realidades não vividas. Lembro-me que recitaram algo assim e achei bonitinho. Mas não entendi. Até hoje.
Mas antes teve Adriana com seus para quês e seu prestando atenção. Decifrei? Acho que não.
Não vou dizer que não estou triste. Estou, mas alegre também. Alegria sutil. Violência de existir. Outro dia me disseram que o interesse supera o amor. E os “me disseram” que ouvi pouco a pouco foram se tornando vagos.
Ah, desculpe-me, é que eu olho nos olhos das pessoas que eu amo.
Como te dizer que isso não foi tudo? Precisei num momento específico e não tive resposta. Quanta importância depositada para se fazer uma frase daquele tipo. Eu não sabia o que fazer. Senti imensidão do vazio. Por que não solidão? É, isso, solidão. Mas calma, calma, cantei. Solidão é para quem não tem amigos. E por não existir mais sintonia com o mundo, imaginei a diferença. A indiferença também.
Estive louca por alguns meses? O que fizeram da amizade e da ingenuidade? Anulei primaveras e o verão esbofeteou-me como que para acordar-me para o mundo e para o tempo.
Não, não botei a tristeza no colo.
Porque, coitadinho né? Quanta importância conferida, quanta constatação não encarada! Que recepção!! Decepção!?!
Filhinho, isso é viver
“Um dia eu achei que tinha acordado mas ainda estava lendo o livro das mil e uma noites”.
Não foi? Não fooi?
Um dia estive em meio à tulipas congeladas.
Depois estava fazendo o que achava possível.
Minha alegria e meu cansaço eram tão válidos.
Mas ó, vejam só, o número de subterfúgios! Tão desvalidos. É preciso tudo isso? O quanto o pudor e a vergonha pareceram aumentar.
Não valeria a pena ser escrito. Como isso me fez mal.
Fui forte para terminar de ouvir a tempestade. O livro dos dias. ...mas não consigo entender. Que culpa tenho eu? Só porque matei Mary Kulansky em frente ao Gineceu’s?
Não estou bem certa quanto a isso.
Por que tudo isso? Ela não era nada além do que uma pseudo-prostituta-cool-bossa-nova-cult-jazz-dark-indie. Um ser.
A culpa é do Diabo. Frustrado por não existir, resolveu pedir permissão a Ele, o Criador, para existir. E agora tomou o poder.
Satanás ainda convence.
Criei pessoas em laboratório. Quando disse a fórmula, correram.
Distância! Distância!
Êpa, que que tá pegando? Quiquiéisso?
Valho-me de pseudo-pseudos para passar sentidos.
Quem disse que queria o repentino? O gráfico?
Eu que não fui. Foi alguém maior que eu mesmo, alguém Poderoso o bastante. Alguém que já tenha enriquecido.
He, he, realmente tá frio hoje. Não que eu tenha sido mentirosa.
Ah, pai, mas então o que eu fiz? Ser sincero pode ser mentir? Confiar é demais para se lidar? Achei que poderia contar contigo. Isso não foi bom. E é assim que eu prefiro. Por que não? Escrevi músicas e toco-as. Escrever.
Desculpem-me, é que eu estive pensando, depois despensei. Depois descomplica-se. Não foi num dia frio que eu chorei e depois melhorei?
Me enganei?


Outubro de 1995

Pasmei ao ver aquilo retratado. O que era aquilo senão uma nova forma de música? Um acorde?
Que estranho. Não sou narrador, lavo minhas mãos para a loucura... Cada maluco que me aparece. E ponto final.


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Não me lembro de qual blog eu copiei isso, eu tenho que pegar o link de volta. Assim que eu conseguir localizar esse texto nesse blog eu posto o link aqui.