quinta-feira, abril 30, 2009

Amorzinho, notícia boa!

Amorzinho, notícia boa!

Já te consigo escrever. Sim, já consigo assim sem pudor algum escrever no meu caderno as letrinhas que formam o seu nome. E tá dando certo, olha que tá dando certo. Cada vez que eu te escrevo mais eu consigo a separação e o olvido. É, a senda é árdua. Tem um monte de gente que já falou sobre isso. Muita gente boa escreveu horrores sobre esses asuntos.
É como um paradoxo, tentar o esquecimento lembrando assim a custa de alguns momentos um pouco brabos. Até agora não tenho noção do que se pode prefigurar. Mas é chumbo quente e grosso. Uma figura assim, tão igual ao real que as vezes parece o próprio. Nessas horas mesmo é que tudo parece mais difícil. E que a lembrança dos céus azuis e dos frescores do vento quase deixam tudo a perder. Mas é por poder escrevê-los mesmo que antevejo uma saída pequenininha no fim do tunel. Não gosto da idéia de tudo de novo novo. Ela me machuca pois ainda habita em mim muito de uma espécie de egoísmo. Prefiro tudo velho tão novo. É que é difícil separar essa linha que divide o velho do novo.
Mas o fato é esse. Escandalosamente esse. Já te escrevo no meu caderno. O seu lindo TU tá assim agora esbarrando no meu EU.
Temo agora, ao invés de te escrever, te ler em nenhum olhar, no neutro da folha em branco. E ler, você sabe bem, dá pano para manga até dizer chega.
Beijos imemoriais
teu eu ainda apaixonado

Tu.

segunda-feira, abril 27, 2009

Lamento Argento

Olha a rave que se instalou no meu quarto
Me compra uma garrafa e me venha com calma que amanhã já é setembro
Vamos beber a primavera ainda que faça frio, frio vagabundo, com cara de derrotado e exilado

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Con ojos de fría plata
Miro o Rio de longe

Desde que conheci o sotaque de Andaluzia
Desprego o português da parede

Con ojos de fría plata
Miro o Rio de longe

Pois assim que olvidei teu coração
Guardei comigo a tua canção

Con ojos de fría plata
Miro o Rio de longe
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Roteiro Poético de Película
Diegese importada
Interior de apartamento sincero
Nao mais que quatro andares:

Amor, não te encontro desolado nem ao menos perdido nem ao menos solitário.
Amor, cheguei na tua casa e você não estava.
Vi dois pratos sujos na pia e dois copos.
Guardei minhas lágrimas na tua geladeira caso você precisasse delas.
Também lavei os pratos
Mas antes lembrei do teu corpo quase nu fazendo uma omelete e chorei um pouquinho mais no teu pano de prato.

Amor, aonde quer que você esteja saiba que passei pano na sua casa e cheirei seu sofá onde você dormia às vezes.
Não vi você lá.
E sim fui te encontrar num mesmo velho livro com dedicatória obscura do século passado.
Bebi uma cerveja sua e quase sorri pro seu retrato.
Estranhei ouvir uma canção antiga e chorei sem lágrimas uns momentos abandonados perdidos pela casa
Vomitei teu banheiro todo.
Peço desculpas
E já te aviso de antemão
Que antes de atravessar o teu portão
Fiz questão de te vomitar meu coração.


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Eu zombo do tempo e você também
Desde que me decidi ser lacônico eu reescrevi minha carta
O tempo faz alguma coisa
Tudo em você é fulgás.
E eu sentado esperando meu número ser chamado
Imagino tudo isso em outro mundo
Violinos me chegaram atrasados
Sem rosas e folhas mortas

O frio é meu amigo
E é lá que eu vou estar
Num dezembro relaxado posando de bacana na praia do Leblon
Minha sunga segurando vontade de vida com sal
(Na água gelada contendo a ereção)

Falta pouco pra gente nascer
Falta pouco pra você pegar na minha mão.

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A Gertrude
Hoje eu fui lá para fora
E vi o quanto Janeiro está distante
Me deu vontade de vomitar
De ficar sem camisas
Mas não consegui
O que estou fazendo aqui meu Deus?
(J.C. Julho de 2006)

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Ah, se eu te adivinhasse portenho
Te juro que nada saberia das poesias
Que para mim um dia tu farias

Até porque brilha muito o teu corpo
Acendendo a luz do salão frio e morno
De algum recanto, um rancho da saudade

E eu com a mão no casaco cozinhando levemente os dedos que um dia retocarão a tua doce face.
Como pude ser tão sábio a ponto de regar docemente o outono mais bonitinho que já nasceu e que eu chamei de anti-flor violenta.

Ah, se eu te descobrisse no porto
Esperando-me para uma conversa boa –é que eu tô tão sozinho - te juro que cantaria mesmo sem ritmo um som legal e juntos iríamos encostar a cabeça do sol na margem do rio lindo e sujo e você tantas vezes ator mentiria verdades pequenas me conjugando num tempo pretérito ao pé do ouvido dizendo que o Hotel Marina se acenderá já bem longe num outro mais atlântico e salgado mar.

Ah, se eu te remodelasse o rosto
Semearia nele o mesmo rosto mutante florescendo uma barba relaxada de tantos dias de televisão vadia fantasma embaralhado como a vida de espera, grana, de grana, de grana
Se você não quiser não tem problema, a gente tenta depois pois o sol vai ser o mesmo e se dois amantes se beijaram baixo o mesmo não vai ser a regra que vai fuder com a exceção nessa noite.

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Si tu veux on peut faire ça. Mais si tu ne veux pás c’est mon clichê que j’ai acheté no te olvides s’il vous plaît que je vais dire que la nuit va se fermer en tu sonrisa.
Se a gente lembra só por lembrar (je voulais te chanter cette chanson).
Igual, me pasa o amor que um dia a gente perdeu. La noche va pasar.
(SAUDADE BOA SAUDADE RUIM)
Saudade meu remédio é escrever, saudade meu remédio é me ser
(masturbação existencial)
Я тут. Ты там. Там не тут. Тут не Там. (Baião invocado)
Pega na minha mão. Por favor pega, Моя Рука. Моя Рука.
Ai quem me dera voltar para São Cristóvão. Danser, danser, todos os souvenirs. Souvenirs, souvenirs, souvenirs, caio na lembrança aprisionada
Para beijar você. Si tu as ce mot tu peux dire que ta chanson est:

(Fechar ferida / Estancar sangue / Sepultar longe)
Não se esqueça
Voltarei. Любовь.
Из любви в искусству.
Por amor a você.

L’amour. L’amour, l’amour, l’amour, j’aime myself. Ensalada РОССИА.
Faz, hace tu cariño no violão, hace, hace Dorival Dorival
(Deixo a janela aberta para o ar de Minas entrar na nossa casa sincera)
E eu que só gosto do (L’amour 3X). Assim eu choro.

E desafogo teu beijo num sorriso.

Desprendendo o cirílico do teu sentimento.

Habia dicho que éres mi timpo en tu tiempo.

Tropecei em uma de nossas eternitardes e desatei a fazer tristeza na frente do espelho.
Protesto! Faço valer tudo.
Até as cores que te amarrarão.

(Union de Parejas)
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Película Mendocina feita com ajuda dos brasileiros da Calle Florida:
Diretor, Roteirista e Ator: Matias D. Allegrano de la B.

Variaçao Um -

Acender o cigarro - dito em várias línguas com gramática imperfeita.

O sol fumando a janela travestida em noite de fim de inverno

Exterior doce e cálido de frio tolerável

Já os dias começam a alongar-se e o verao a planejar-se (Que fazer?)

El Poeta Dice La Verdad e aproxima-se da mesa e pega a caneta e começa a escrever uma carta:


Lunes, 31 de Agosto de 19...


Yo no pienso más en saber lo que (interrupçao estrangeira) - da outra margem alguém escreve uma cançao:

Si supieras que aún dentro de mi alma

Conservo aquel cariño

que tuve para ti


Variaçao Dois -


Naquele tempo aqueles dois ainda faziam de conta que o inverno durava até outubro. E diziam que havia um tempo em que seus pais lhes diziam convictos de que tudo está piorando


Mas a verdade é que escondiam brasilidade demais debaixo de seus travesseiros e tiveram que esperar um tempo para alguém escrever que nosso tempo é bom


Passo, sobrepasso, passo, passo, sobrepasso, passo, passo, sobrepasso, assim faziam o xaxado que nao conseguiam traduzir para o castelhano.


E do outro lado da margem ao norte alguém compunha uma cançao:

Los amigos ya no vienen

Ni siquiera a visitarme

Nadie quiere consolarme

En mi aflicción.




(Interrupción Temporaria en Memoria de los olvidados)

sonhos

Sonhei com o leite condensado jorrando assim como na vida real o desejo se faz, sonhei com litros e litros de condensado leite docemente cortando caudalosamente a nossa cozinha

Sonhei que você empesteava a casa com o seu peixe e coentro e o seu disco da Marrom

Sonhei que você descalça assobiava melodias mais belas pra mim

Sonhei que você era a própria galinha preta que a gente matava pra macumba e comia depois chupando ossinho até dizer chega

Sonhei que você tinha dado pra falar bonito e fazer versoso por aí

Poeta sacerdotal, peituda até dizer chega você vinha com cara de sacristã, com cara de padre bicho fêmea pedindo vinho mais vinho

A própria nega maluca batendo na minha porta boladona p. da vida diabinha angelical

Isso tudo eu sonhei
sonhei
sonhei e voce tão longe

Ah, como é amargo o meu penar...

sábado, abril 18, 2009

Brevidade

Sentenças breves e curtas e impactantes

Dada a ausência de acentuaçao lusa, prossigo

O tempo além de estar passando a mao está também me violando
As folhas sao cúmplices no complô final

Eu uso meias grossas de la

Hiper-Sensibilidade eu podia sentir o meu corpo e eu estava nu dentro da minha roupa

A dengue um dia foi erradicada e depois começou a voltar

amanha é dia do Índio. Ô datazinha fascista essa.
Me resta sim, uma recordaçao boa, de xuxa cantando a música do Índio, perdoai-lhe deus, ela nao sabe o que faz
E eu tinha cocar e arco e flecha e muitas penas

Abril é um mês radical.

Segurança! Segurança! Segurança! Onde é que esse mundo vai parar..........

Faz 7 anos que eu nao vejo a cara de deus. brindei e nao olhei no olho
escondi-me
daí entao penei nesse transe nessa vereda que só eu sabia andar

Ainda nao me saturei dos canonicos. Quando me saturar avisarei em pomposa poesia.

Por onde andam os novos baluartes da cultura niteroiense?

Por favor, empurre a janela usando ambas as maos.

quinta-feira, abril 16, 2009

Sim

eu tenho aqui o meu copinho do meu lado para que me ajude a prosseguir nessa viagem


eu lembro que nessa época do ano você não vinha mais no meu apartamento com o seu carro para me levar a praia
e a gente, se não estivesse de mal, iria fazer outros planos, ir pra serra talvez ou então alugar uma boa fita para passarmos a tarde.

eu tenho aqui o meu copinho para me ajudar nos recuerdos, nos recuerdos que aqui em terras mexicanas conjugo no mais lindo do castelhano.

eu lembro também que um dia eu bebi muito e comecei a falar besteira. na realidade eu fiquei mas como eu sou na realidade.
a ponte rio-niterói cada dia fica mais cheia de carro, imagina só lá pelo ano 2000 como vai ficar a coisa

eu lembro também e não vendo para ninguém o meu direito de lembrar eu lembro e vou continuar lembrando mesmo no cinza, mesmo no amarelecer das coisas mesmo no tempo ficando ficando sujo eu continuarei lembrando.

eu tenho aqui o meu copinho de vitamina C para lembrar no colo da rotina

Se a gente consegue beber no bar da ladeira, se a gente consegue provar tudo aquilo e controlar a nossa vontade de ir mijar por aí nos lugares mais ignotos. Se a gente consegue beber no bar da ladeira se a gente consegue sustentar um papo no refinamento mais puro se gente consegue tudo isso, por que não? por que não?

Meu telefone está morto, mortinho mortinho mortinho da silva, o meu celular o meu celular tem um silêncio cadavérico um silêncio assustador.

je suis la dalida en appelant au brésil

A partir de agora, momento, poeira do tempo, do dia 16 de abril do ano da nossa graça de 2009, dois mil e nove, promoverei a poesia fluxo de descarga de consciência, o meu tempo está ficando friozin, friozin, friozin, pois bem a poesia fluxo de descarga não tem reserva alguma em se escrever e escrever o backspace com o dedo mindinho da minha mão direita.

e depois de tantas vezes treinar com minhas mãos o prazer solitário eu as uso para escrever uma prosa tão suja quanto o meu ato cotidiano e rotineiro desde que descobri o maravilhoso do prazer aquele mesmo que descreveu oswaldinho quando era um molequinho apertando as perninhas, e sentindo uma cosquinha no baixo ventre, tinha 4 anos o garotinho, esse mesmo prazer, essa mesma sensação é a que se escreve nesses momentos enquanto ouço a dalida cantando a canção parole parole parole, essa primavera aqui em Glasgow é coisa broxante demais ô terra essa para não ter verão, terra essa esquisita demais para um carioca da ultra ultra gema ultra gema só mesmo a Urca.

Só mesmo a Urca comigo ninguém pode, venha quente que eu tenho forças que eu tenho muitas forças para receber o Deus. Para recebê-Lo, pare de onda e coma logo essa porra dessa barata sem onda sua vaca sem essas viadagens, coma essa barata.

Rio, maio de 2010.

Só sei viver se for assim. Tomando banho de outono tentando andar nos trilhos do bonde em cima dos arcos assim a gente corta caminho pois você disse que conhecia uma galera lá de santa que tinha um clima legal onde a gente podia se juntar e fazer um som legal e eu levava uma roupa maneira e já tava naquela fase de começar a te agarrar, de passar minhas mãos nas tuas costas e mostrar pelos meus olhos o meu desejo que já nem nome tem e sim vontade de vida, mais uma, mais uma cervejinha a gente se consome alí mermo, sem frescura.

O samba.

4 tempos.
No candongueiro, lá em Niterói, sim lá em Nikity.

Vamos caminhando pela estrada a fora pois eu ouvi no jornal eu ouvi a estupidez do papa daquela moral tão bonitinha ela, eu ouvi pela estrada a fora que agora estão fazendo coisas piores.
Era tão bom quando Deus estava vivo, era tudo mais fácil.

Agora tudo se quebrou.

Estou aqui no Ribeirão Preto mirando o seu corpo de longe as voltas com as frigideiras levando assim o seu uniforme sem o seu paletó a barba já querendo nascer e a sua fome do tamanho do mundo.

É assim que eu quero o mundo e o destino.

Paz e Bem

segunda-feira, abril 13, 2009

Fado.

É que eu sou destro.

E faço poesia criando personagens assim. Nada desse papo de autobiográfico etc. e tal. Tudo é um nome. Um personagem é só um nome. Minhas emoções são frases.

É que eu sou destro e me sinto fraco hoje.

Tá tudo tão aguado, tudo tão sem sal que eu não sei mais o que dizer. A tristeza quando vem, vem forte e eu fico fraco demais. Queria um nome, um nome, ao meu lado.

mas tenho que resignar-me a tomar as pílulas do DESAPAIXONEX por mais que as contraindicações escrevam o amor no papel

É que eu sou destro e hoje tá fazendo frio estrangeiro

É que eu sou destro e o agosto no rio tá longe

É que eu sou destro e ver de niterói a floresta da tijuca coberta de neblina é a minha felicidade escondida que uso nesses tempos aguados

é que eu sou destro e sou homem de mil palavras, volto atrás, volto pra frente.

recolho todinhas pra tentar te montar uma poesia bonitinha.

É que eu sou destro e meus escrúpulos são muito bem guardados

viva a lua cheia e a menstruação vontade de vida latente

a bater o teclado com ganas

(Niterói, invernos perdidos de mil novescentos e dois mil e dez)

sábado, abril 11, 2009

autoajuda

to fazendo essa escrita to dando cara para ela de uma maneira muito apressada assim é que tá batendo tao forte tao forte o coraçao que eu nao consigo parar de digitar no teclado do computador. Já sabemos da ausencia dos tils e do circunflexo isso é fato dado e consumido, pois bem o que eu gostaria de dizer é que entendi somente agora depois, depois de muito tempo, a cabeça da gente é muito lerda pra muitas coisas, entendi somente agora um algo tao assustador que foi tao doido e tao forte que me tirou o chao me tirou o tempo me tirou o tudo e me deixou assim a meia quadra frente ao que nao se entende de jeito nenhum. Tudo isso por causa da Bethania cantando aquela música da Ana Carolina pra rua me levar, essa música mesmo, e foi num repente, assim de súbito que foi que foi e foi tanto que nao tinha jeito de ir mais e doeu muito doeu muito entender a letra e se sentir comungado daquilo que a música canta talvez seja sempre assim a música a gente ouve e se sente comungado se identifica e se machuca e fica feliz e poe tudo pra fora mas comigo funcionou diferente pois nao há muitas maneiras para se botar para fora o que eu quero botar o que eu quero botar para fora é mais que uma escrita esquisofrenica é mais que poemas que nao passam do caderninho o que eu quero botar pra fora é a imagem dum verso que nao vai se escrever mas que diz aquilo mesmo que eu ainda nao sei olhar o rio por onde a vida passa e isso me dói saber isso me dói saber eu já nao sei o que faço pois me dói entender a letra com um tempo de atraso enchendo de se, se, se, se, if, if if, si, si si. O perigo está no se, estou me sentindo tao perdido por várias coisas me sinto desorientado, nao sei o que escrever nao sei o que falar nao sei o que dizer. Sei que ser consiste em seguir a linha reta e ir se dependurando nas mais lindas das auto ajudas nas mais lindas de elas, todo mundo tem um moço bonito, um desapaioxonex para passar para estancar a hemorragia, hemorragia que consiste em ir lembrando lembrando lembrando mas o lance do let it bleed nao funciona nao, funciona nao rapaz, o lance mesmo eu nao sei qual é o lance mesmo tem nome de desespero tem vontade de ligar de falar de presentear um como vai voce assim já arrependido já vomitado que já foi. Essa escrita é assim, caudalosa e vai achando direçao vai achando a direçao do rio da vida, das coisas que estao por aí e eu consigo me lembrar da vida, consigo me lembrar do seu nome, consigo me lembrar de muitas coisas, nao é temor nem prosa que dá premio, nem autoajuda que se faz tímida, é vontade louca de simplesmente da outra margem te acenar e ver o seu tchau de longe, assim como se a gente comungasse de longe também de tal música ou nao, pois se nao pouca coisa sobraria no final de tudo e o sem sentido imperaria reinaria assim sem mais nem menos. Tenho eu o medo maior de folcorizar-te na mais enfeitada das escrituras por isso nao te escrevo, por isso nao te leio, pudera eu um dia largar isso tudo letra palavra e ir assim diretamente no olhar e dizer sem palavrinhas nenhuma que tá fazendo frio tá doendo muito e tá ardendo de saudades, ardendo de saudades, como se o fato de eu falar ou expressar eu tenho saudades fosse o mais natural de todos. Eu quis ser atemporal eu quis ser impessoal mas no meu ser todo recoa o meu tempo o meu eu o tudo isso. Lamento súplica, castigo, convenhamos e botemos o que quiser como título desse relato. Tenho eu hoje, nessa tarde qualquer o frio da margarida. Voce sabe o que é o frio da margarida?

sexta-feira, abril 10, 2009

Confissão de uma quase-tijucana.

E como se não bastasse me sinto enjoada telefonando pra você com o coração aos pulos, vontade de vomitar, descer, pegar o metrô para o centro e lá caminhar até aquela avenida e gastar o tempo com ar de mulher atarefada
Fazer planos no fim dos mais lindos invernos
Dar uma de perdida no Largo da Carioca
E sentar meu lindo rabo lá perto daquela igreja que perdeu uma de suas torres
Numa dessas guerras aí

E como se n
ão bastasse a minha vocação pra feira
Dei pra sentir desejo por pernas grossas e raspadas
Cheia de ver
ão pra dar vou me resignar na minha neuroyoga bebendo 4 litros de água pela manhã sublimando o meu desejo em passeios de fim de tarde, assistindo de camarote o fim da minha cidade, contando os dias para que se mure tudo, favela, prédio, pessoa, bicho e o escambau.

N
ão sei não, mas prefiro assim, sozinha sem ninguém olhando
Usando o segredo como consolo
Andando e cagando o meu pudor
Desfilando no Largo do Machado meus seios infalíveis

O tempo vai passar e eu morrerei com muita classe
Como uma tijucana ressentida voltarei a dar pra deus
E n
ão ligarei no dia seguinte.

terça-feira, abril 07, 2009

Balada Gragoatesca

Olhe
Teu vício pegou o ônibus na rodoviária
E desembrulhou minha cidade inocente
Olhe
A nossa praça em obras
O nosso beijo preso na janela do meu comedimento
Olhe
Teu corpo de manhã com cara de noite
O som da noite grudado no teu corpo junto com o cigarro
Olhe
A minha inocência em aquário já prevendo as poesias
Que te declamaria quando da nossa separação

Que farei questão de enfeitar com coisas que tu não conheces

Manhã. Amor de Manhã vai pra frente
Amor de Noite vai pra trás
Manhã
Noite
Manhã
Noite


A Manhã assexuada é a manhã da caretice
Quero que você me faça café com carambolas

Olhe o nosso beijo desencontrado e vacilante ao ar livre
Na Madrugada

Olhe a paixão cozinhada que inventei nas tuas mãos.
Toda ela era música que a gente cantava.

E há a canção que diz que o que devemos querer é a perfeição do nosso pretérito
Ou a imperfeição do nosso futuro
Acenando pra nós
Do Porto da Tristeza.
Com cara de Bunda.