segunda-feira, abril 13, 2009

Fado.

É que eu sou destro.

E faço poesia criando personagens assim. Nada desse papo de autobiográfico etc. e tal. Tudo é um nome. Um personagem é só um nome. Minhas emoções são frases.

É que eu sou destro e me sinto fraco hoje.

Tá tudo tão aguado, tudo tão sem sal que eu não sei mais o que dizer. A tristeza quando vem, vem forte e eu fico fraco demais. Queria um nome, um nome, ao meu lado.

mas tenho que resignar-me a tomar as pílulas do DESAPAIXONEX por mais que as contraindicações escrevam o amor no papel

É que eu sou destro e hoje tá fazendo frio estrangeiro

É que eu sou destro e o agosto no rio tá longe

É que eu sou destro e ver de niterói a floresta da tijuca coberta de neblina é a minha felicidade escondida que uso nesses tempos aguados

é que eu sou destro e sou homem de mil palavras, volto atrás, volto pra frente.

recolho todinhas pra tentar te montar uma poesia bonitinha.

É que eu sou destro e meus escrúpulos são muito bem guardados

viva a lua cheia e a menstruação vontade de vida latente

a bater o teclado com ganas

(Niterói, invernos perdidos de mil novescentos e dois mil e dez)

Um comentário:

Diego de León disse...

Tua poesia, linda, lida com minha dopagem me deu um outro olhar de ti mesmo...
sinto-te como eu (ou seria, sinto-me como tu?)...

agosto está perto...
brasilia é que está longe...

bjos de açucar e dopagem!