segunda-feira, abril 27, 2009

Lamento Argento

Olha a rave que se instalou no meu quarto
Me compra uma garrafa e me venha com calma que amanhã já é setembro
Vamos beber a primavera ainda que faça frio, frio vagabundo, com cara de derrotado e exilado

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Con ojos de fría plata
Miro o Rio de longe

Desde que conheci o sotaque de Andaluzia
Desprego o português da parede

Con ojos de fría plata
Miro o Rio de longe

Pois assim que olvidei teu coração
Guardei comigo a tua canção

Con ojos de fría plata
Miro o Rio de longe
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Roteiro Poético de Película
Diegese importada
Interior de apartamento sincero
Nao mais que quatro andares:

Amor, não te encontro desolado nem ao menos perdido nem ao menos solitário.
Amor, cheguei na tua casa e você não estava.
Vi dois pratos sujos na pia e dois copos.
Guardei minhas lágrimas na tua geladeira caso você precisasse delas.
Também lavei os pratos
Mas antes lembrei do teu corpo quase nu fazendo uma omelete e chorei um pouquinho mais no teu pano de prato.

Amor, aonde quer que você esteja saiba que passei pano na sua casa e cheirei seu sofá onde você dormia às vezes.
Não vi você lá.
E sim fui te encontrar num mesmo velho livro com dedicatória obscura do século passado.
Bebi uma cerveja sua e quase sorri pro seu retrato.
Estranhei ouvir uma canção antiga e chorei sem lágrimas uns momentos abandonados perdidos pela casa
Vomitei teu banheiro todo.
Peço desculpas
E já te aviso de antemão
Que antes de atravessar o teu portão
Fiz questão de te vomitar meu coração.


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Eu zombo do tempo e você também
Desde que me decidi ser lacônico eu reescrevi minha carta
O tempo faz alguma coisa
Tudo em você é fulgás.
E eu sentado esperando meu número ser chamado
Imagino tudo isso em outro mundo
Violinos me chegaram atrasados
Sem rosas e folhas mortas

O frio é meu amigo
E é lá que eu vou estar
Num dezembro relaxado posando de bacana na praia do Leblon
Minha sunga segurando vontade de vida com sal
(Na água gelada contendo a ereção)

Falta pouco pra gente nascer
Falta pouco pra você pegar na minha mão.

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A Gertrude
Hoje eu fui lá para fora
E vi o quanto Janeiro está distante
Me deu vontade de vomitar
De ficar sem camisas
Mas não consegui
O que estou fazendo aqui meu Deus?
(J.C. Julho de 2006)

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Ah, se eu te adivinhasse portenho
Te juro que nada saberia das poesias
Que para mim um dia tu farias

Até porque brilha muito o teu corpo
Acendendo a luz do salão frio e morno
De algum recanto, um rancho da saudade

E eu com a mão no casaco cozinhando levemente os dedos que um dia retocarão a tua doce face.
Como pude ser tão sábio a ponto de regar docemente o outono mais bonitinho que já nasceu e que eu chamei de anti-flor violenta.

Ah, se eu te descobrisse no porto
Esperando-me para uma conversa boa –é que eu tô tão sozinho - te juro que cantaria mesmo sem ritmo um som legal e juntos iríamos encostar a cabeça do sol na margem do rio lindo e sujo e você tantas vezes ator mentiria verdades pequenas me conjugando num tempo pretérito ao pé do ouvido dizendo que o Hotel Marina se acenderá já bem longe num outro mais atlântico e salgado mar.

Ah, se eu te remodelasse o rosto
Semearia nele o mesmo rosto mutante florescendo uma barba relaxada de tantos dias de televisão vadia fantasma embaralhado como a vida de espera, grana, de grana, de grana
Se você não quiser não tem problema, a gente tenta depois pois o sol vai ser o mesmo e se dois amantes se beijaram baixo o mesmo não vai ser a regra que vai fuder com a exceção nessa noite.

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Si tu veux on peut faire ça. Mais si tu ne veux pás c’est mon clichê que j’ai acheté no te olvides s’il vous plaît que je vais dire que la nuit va se fermer en tu sonrisa.
Se a gente lembra só por lembrar (je voulais te chanter cette chanson).
Igual, me pasa o amor que um dia a gente perdeu. La noche va pasar.
(SAUDADE BOA SAUDADE RUIM)
Saudade meu remédio é escrever, saudade meu remédio é me ser
(masturbação existencial)
Я тут. Ты там. Там не тут. Тут не Там. (Baião invocado)
Pega na minha mão. Por favor pega, Моя Рука. Моя Рука.
Ai quem me dera voltar para São Cristóvão. Danser, danser, todos os souvenirs. Souvenirs, souvenirs, souvenirs, caio na lembrança aprisionada
Para beijar você. Si tu as ce mot tu peux dire que ta chanson est:

(Fechar ferida / Estancar sangue / Sepultar longe)
Não se esqueça
Voltarei. Любовь.
Из любви в искусству.
Por amor a você.

L’amour. L’amour, l’amour, l’amour, j’aime myself. Ensalada РОССИА.
Faz, hace tu cariño no violão, hace, hace Dorival Dorival
(Deixo a janela aberta para o ar de Minas entrar na nossa casa sincera)
E eu que só gosto do (L’amour 3X). Assim eu choro.

E desafogo teu beijo num sorriso.

Desprendendo o cirílico do teu sentimento.

Habia dicho que éres mi timpo en tu tiempo.

Tropecei em uma de nossas eternitardes e desatei a fazer tristeza na frente do espelho.
Protesto! Faço valer tudo.
Até as cores que te amarrarão.

(Union de Parejas)
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Película Mendocina feita com ajuda dos brasileiros da Calle Florida:
Diretor, Roteirista e Ator: Matias D. Allegrano de la B.

Variaçao Um -

Acender o cigarro - dito em várias línguas com gramática imperfeita.

O sol fumando a janela travestida em noite de fim de inverno

Exterior doce e cálido de frio tolerável

Já os dias começam a alongar-se e o verao a planejar-se (Que fazer?)

El Poeta Dice La Verdad e aproxima-se da mesa e pega a caneta e começa a escrever uma carta:


Lunes, 31 de Agosto de 19...


Yo no pienso más en saber lo que (interrupçao estrangeira) - da outra margem alguém escreve uma cançao:

Si supieras que aún dentro de mi alma

Conservo aquel cariño

que tuve para ti


Variaçao Dois -


Naquele tempo aqueles dois ainda faziam de conta que o inverno durava até outubro. E diziam que havia um tempo em que seus pais lhes diziam convictos de que tudo está piorando


Mas a verdade é que escondiam brasilidade demais debaixo de seus travesseiros e tiveram que esperar um tempo para alguém escrever que nosso tempo é bom


Passo, sobrepasso, passo, passo, sobrepasso, passo, passo, sobrepasso, assim faziam o xaxado que nao conseguiam traduzir para o castelhano.


E do outro lado da margem ao norte alguém compunha uma cançao:

Los amigos ya no vienen

Ni siquiera a visitarme

Nadie quiere consolarme

En mi aflicción.




(Interrupción Temporaria en Memoria de los olvidados)

Um comentário:

Monólogos Exteriores disse...
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