quinta-feira, abril 22, 2010

DESEJO.

E seu assim de uma vez só confessasse todo o meu desejo nessa tarde de sábado?

Escrevesse assim o seu tamanho, a sua vontade em linhas longas e sofridas?

Ou em palavras quais raios de sol?

Ou em cheiros?

Ou em letras, elas mesmas cínicas, elas mesmas ingênuas, cordeirinhos esperando o fim do mundo?

Meu desejo é do tamanho do mundo.

E a felicidade, essa sim, coadjuvante

Do admirável
Mundo
Teu.

quinta-feira, abril 01, 2010

limonada suíça

Foram os primeiros suspiros da nova estação. Ou quem sabe os últimos gemidos do velho verão. Fato é que a parada se embelezou assim parnasianamente acordou decidido a cambiar de uma vez por toda a direção daquelas cores. É que Aterro visto de Niterói, em dias assim é todo um espetáculo a parte, é muito azul, muito verde, até o verde clarinho na copa de algumas árvores. É tudo antes dos dias lindos, vibe por demais explorada e batida.

Porém tais devaneios não passam de estratégias burras para driblar o texto. O texto assim que me denunciava, que denunciava todo eu trabalhado no proust sem madalenas, sem perfumes de avós, sem cheiro de longe.

É que até o calor é tolerável. E sendo o calor tolerável, sendo a memória assim tão branda, eu posso até dizer que são dias de universalidade, dias do todo perdido, da saudade junto com a pessoa, dias em que o abraço era assim completo.

Materialista imperfeito, caí no conto da carochinha, no meu mundo o corte é profundo. E nem me chamo qualquer nome nem sou rosa como outra.

É que ela, ela toda trabalhada na classe fingia sorver assim limonada suíça do alto da mesa.

Safada e piranha sorvia aquilo como chupava seus amigos.

Puta.