Foram os primeiros suspiros da nova estação. Ou quem sabe os últimos gemidos do velho verão. Fato é que a parada se embelezou assim parnasianamente acordou decidido a cambiar de uma vez por toda a direção daquelas cores. É que Aterro visto de Niterói, em dias assim é todo um espetáculo a parte, é muito azul, muito verde, até o verde clarinho na copa de algumas árvores. É tudo antes dos dias lindos, vibe por demais explorada e batida.
Porém tais devaneios não passam de estratégias burras para driblar o texto. O texto assim que me denunciava, que denunciava todo eu trabalhado no proust sem madalenas, sem perfumes de avós, sem cheiro de longe.
É que até o calor é tolerável. E sendo o calor tolerável, sendo a memória assim tão branda, eu posso até dizer que são dias de universalidade, dias do todo perdido, da saudade junto com a pessoa, dias em que o abraço era assim completo.
Materialista imperfeito, caí no conto da carochinha, no meu mundo o corte é profundo. E nem me chamo qualquer nome nem sou rosa como outra.
É que ela, ela toda trabalhada na classe fingia sorver assim limonada suíça do alto da mesa.
Safada e piranha sorvia aquilo como chupava seus amigos.
Puta.
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