quarta-feira, novembro 19, 2008

Amigo

Amigo

Descobri o que voce um dia procurou significar quando escreveu aquilo sobre os raspadores de assoalho. Aquele quadro antigo que voce cismava em dizer que te trazia a atmosfera perfeita de um tempo que voce nao viveu mas compreendia muito bem. Te asseguro que a Rua da Carioca tem uma importancia muito grande nisso tudo. Seus sobrados estao morrendo. Isto é fato. Mas ainda estamos em 2008. Nao podes dizer que já ou ainda faz muito tempo. Podes dizer que o tempo é o tempo de seguir caminhando distribuindo sorrisos pelas ruas.

Memórias poucas e memórias muitas do Capibaribe.

Sim, foi preciso o estranhamento da minha parte de tal linguagem e tal leitura para que eu realmente compreendesse tudo o que aquele verbo contém.

Eu quero passar na tua rua
Cruzar a tua ponte
Che, una pregunta
Como hago para te invitar a salir?
Sem dar pinta de Maricón
E disfarçar o meu acento
Ao grau zero de qualquer decencia estrangeira?

Decíme
Decíme pois quero fazer jogo de seduçao contigo
E eu sei que voce quer também

Soy una persona insegura, indecisa, sin rumbo en la vida. No sé que hacer conmigo misma

Temo la soledad conmigo misma
Acaptas mim pobre compañía?

Yo escribo como si fuera para salvar la vida de alguien. Probablemente mi propia vida. Vivir es una especie de locura que la muerte hace.

Mi alma tiene el peso de la luz
Tiene el peso de la musica

Aguante la máscara negra que un día salió por las calles
Tengo en mí muchas cosas
Hoy soy.

O peso do mundo é o grau zero de qualquer coisa já que eu nao entendo.

Pois entao, tal epifania precisou estar dentro de mim. Nao me adiantava ser cospido, praticamente vomitado no Largo da Carioca, assim de forma tao crua, assim tao de repente, sem qualquer alívio, sem qualquer precauçao. Seu apartamento estava longe, perdido e encontrado na cidade amada. E eu subi e desci as escadas adivinhando cada nota, cada verso dos seus livros que voce ainda nao leu. Adivinhei e cheguei com pretensao anti-católica, anti-intelectual, anti-iluminista para com todo o seu corpo. Te fui ensinando a rítimica deixando os despojos materiais mesquinhos pelo corredor até o seu quarto onde sim eu conheci a sua poesia.

Na sessao de empréstimo pego poesias de Rimbaud - indireta flexível - tomas uma cerveja? Voce gosta também? Posso te mostrar mais, por enquanto nao me encaixo naquele verso. Sou um homem vivo e porém aflito.
Hay que leer en francés no en castellano. Por supuesto, mas as minhas indiretas sao por demais diretas. Quero sua boca e ponto final.

Que carajo hacés?
Una preguntinha básica que te hago.
Nunca la vida fue tan actual como hoy. Tiempo para mí significa la disgregación de la materia.

COMIENZO POR DECIRTE QUE NO TENGO NADA EN CONTRA DE MANIPULAR, ASÍ COMO NO TENGO NADA EN CONTRA DE SER MANIPULADO. SER INSTRUMENTO DE LA VOLUNTAD DE TERCEROS ES CONDICIÓN DE LA EXISTENCIA, NADIE ESCAPA A ESO, Y CREO QUE LAS COSAS, CUANDO SE DAN DE ESE MODO, SE DAN COMO NO PODRÍAN DEJAR DE DARSE ( LA FALTA DE RECATO NO ES MÍA, ES DE LA VIDA)

En menos de 6 meses los mosquitos completan su eternidad.

Nao me veia apregoar consideraçoes acerca do plágio, da colagem, da alegoria, da fragmentaçao ou do caralho a quatro. Me quedo com, de e para de quatro al carajo con que me invitas.

Já antes vos asseguro que há uns vinte e tanto por cento de Lispector retraduzida por um hispanohablante qualquer. Também uns 3, ou 4, ou 5 por cento de um certo Raduan Nassar atravessado por estruturas distantes e longínquas que lhe roçaram o ventre com a língua de Cervantes e por último uns micro miseros um de quase nada por cento daquele poeta que nao digo mas que sinto e admiro e me morro nos matos grossos.

Ainda vou completar meu doutorado em formigas e reescrever o solo da minha estancia querida chamada província de Maria Paula na cidade de Sao Gonçalo as beiras de Niterói, abandonada a própria sorte de uma baía triste e suja e de uma classe política mesquinha, oportunista e religiosa. Sem paradoxos.

Eu, me sou cada vez mais na ausencia de tudo.
Venho a mim o nosso reino.

Nao vai ter juízo final.

O Messias já veio e já voltou um milhao de vezes.


Dos Brasis, esfarelados nos Buenos Aires da minha pseudo-candura

Eu mesmo.

segunda-feira, novembro 17, 2008



Enfim o mar
Com fado e muito e vento e maresia e cheiro de sal


Nao direi nem escreverei misterioso mar direi sim mar mim mesmo cheiro linguagem imensidao música

terça-feira, novembro 04, 2008

Até que você me mostrou cadernos em branco e me deu uma caneta. Mais valeu o seu bocejo seguido do meu e uma meditação a respeito duma macarronada. Ao som da sua música preferida.

(Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões
E as palavras)


Mais valeu o seu bocejo seguido do meu
(Você tem dois anos para decorar o traçado daquelas veias)

Me passava na cabeça todo o mundo

Não adiantou varrer a primavera para debaixo do tapete.
Seu sorriso chegou chegando e não me deu tempo de fazer nada

Eu, eu não vou me trancar, não vou ficar decupando tudo aquilo que você me vomita.

Os críticos não tinham bons olhos para você.

Condicionei tudo e todos a sentenças breves
Espaços de silêncios me constrangem

(Meu grande amor, me reconheça)

E eu falava qualquer coisa, dava conta, dou conta, rasgo roupa, esfolo a pele mas chego lá.