terça-feira, junho 30, 2009

Niilismo Complicado

Buenos Aires
30 de Junho de 2009


A Argentina argentinizou o mundo
A gripe A trata de desargentinizá-lo

pelo talo

Acabando com a orgia do mate
Já não o tenho mais indo e vindo da minha mão

o chimarrão

A minha escrita brasileira é uma fina camada
Que cobre o castelhano que está dentro de mim

eu sei que é assim

E todos esses versos uma mera quimera, cartas, gritos e urros de aleluias
De eu te amos, de sinto a sua faltas, de como vai vocês, de saudades

É que ressoa ainda aquele sino sagrado e Gal ainda canta canções de amor
O samba ainda é na rua, o Rio ainda é Rio e o Outro lado ainda é o Outro lado

Se já não tenho mais o mate
Se já o frio aqui é rei
Se já todo o fim é o começo
Tudo será de novo assim tão novo assim tão velho assim tão tudo

Nesse ponto, caro amigo, capitulo
Nesse ponto, adorável rapaz, entrego os pontos

É que eu passei assim secretamente na porta da sua casa como quem não quer nada

E no final quis tudo.

sexta-feira, junho 26, 2009

Llegando.

Caminaba por Rivadávia. Tenía o no mi corazón con agujeritos? Hice de Medrano mi elección. Por mis penas, por mis grandes penas bajé a Corrientes contando las hojas del ultimo otoño. Pensé en mi amor tan lejos y tan cerca. Pensé en sus manos y en su sonrisa. Los ojos, las bocas y las manos que prometían el mundo. Fingí llorar sin ganas, fingir estar fingiendo una sonrisa así casual. Mi corazón mitológico porteño se desarrollaba así en esa primavera al contrario. En Callao intenté lágrimas cínicas en una pseudo despedida. Intenté los árboles sin hojas y sus poesía. La belleza de los edificios. Ni la gente, ni el sol me contestaron. Hice de mi voz mi refugio. Me hablé por algunos minutos aprovechando la idea de escuchar mi lejana lengua. Tenía mi tristeza vagando por Callao, Lavalle, Tucuman, Viamonte, pasando por Córdoba sin mirar a los lados. Miraba el piso. Mirando el piso bajé por Paraguay y en la Plaza Libertad elegí no mirar la nueve de julio. Buenos Aires se me apresentaba cinicamente. Y fue cinicamente que atravesé por la 9 de Julio sin mirar al obelisco. A la izquierda mi rostro iba buscando algo más a lo lejos. El frio de julío se me hacía confortable. Caminada tranquila por Esmeralda, al 800, al 900, buscando la Plaza San Martin, buscando la Plaza San Martin no quiero quedarme dando adiós a las cosas que pasan, yo quiero pasar con ellas, pasar con el movimiento de las barcas en el río de la Plata era incomún. Por Leandro Alem me acerqué a la Avenida Antartida Argentina. Y con Buenos Aires en mi bolsillo dije hasta luego a la gente apurada y a los turistas de Puerto Madero. El otro lado me esperaba calmamente. Y me decía tambíen cinicamente que el Río seguía lindo. Que el Río continuaba lindo.

terça-feira, junho 23, 2009

Caro Bom Senso

Caro Bom Senso

Vai tomar no cú. Cansei, mandei tudo pro escambau, sabe de uma coisa, tinha te escrito assim prosa bonitinha, sabe, borrachinha, mordidinha de lapis, cotovelo na mesa, para quê? Para quê? Aí revoltei, revoltei mesmo, rasguei papel e dei pra bancar o revoltado com muita razão ao lado. Que chega a apodrecer.
Tua estupidez nem me é mais cara nem me é mais bonita. E as lágrimas incontidas são cínicas como qualquer cinismo de sua parte. Agora eu quero transbordar na prosa mais falsa, infame e exagerada.
Programei para você um sambão maligno, regado a goles e goles da 51. Aquela mesma que uma vez viste contrabandeada pela comunidade brasileira, supervalorizada indecentemente, longe de seus cínicos trópicos. E nem adiantou sonhar com Caninha da Roça ou coisa parecida pois no final a realidade era aquela somente aquela. Paracatulina, Velho Barreiro, Maxambomba, Primeira, Branquinha, Engasga Gato, Cana, Caiana, e o caralho a quatro. Dava tudo no mesmo possível.
E nem adiantava enrolar a língua para os sacramentos mais puros e impossíveis. Voltarías no final assim, arrastado pela tua tímida consciência a babar o próprio ombro chorando a mágoa do seu próprio amor, ele já não gosta mais de mim, que pena, que pena, que pena, quanta pena para fazer do teu leito o teu holocausto final com a boca pedindo oceano de água madrugada a dentro.
Vai tomar no cú. Pois é assim que tem que ser. Quanta dor na minha pobre, pura e leve cachaça.
Ora, vais me dizer o quê? Que afinal és o guardião final? Hein? Sem vergonha alheias resigna-te e cala-te.
Fico com o senso purinho. Só elezinho lá a me dar tchau, a fazer as vezes de amigo e amante.
Um beijo cínico.
Enrique.

terça-feira, junho 02, 2009

Lonely People (Poesia Prosaica)

Foi quando fazíamos biodança. Sim. Quando fazíamos biodança. Havia uma oficina que consistia em aulas e experimentações acerca dessa novidade que a primeira vista me parecera bastante singular. (...) era um tipo enigmático. Falava e dançava com tal paixão a sua arte que punha a todos comovidos já de primeira. (...) censurava-me da minha individualidade nesse ponto. Compartilhava sorrisos, abraços e tímidas gingas. O brasileiro quando é do choro (...) abafava os três pontinhos que saíam do seu coração quando convidado para um cogñac a noite naquele lindo inverno. (...) justamente isso que me fazia falta nas aulas de clássico e de contemporâneo que estava tomando. O elemento da troca, do olhar e da afetividade (...) uma linda e harmônica redundância.

Por onde passa o quase que desordenadamente destrói qualquer convenção, qualquer ponto de partida?

Experiência, vida
E as letras, as letras nos invadem

As confusões que me confundem
Os limites da leitura

Enquanto você lê sentadinha essa linda poesia
Lembrando-se assim dos docinhos proustianos

Das oficinas literárias em Copacabana que ías quando eras velhinha

Das madalenas nem tão sempre arrependidas
Que comías escondidas nas tardes de sábado

Por onde passa?
Isso que já está por aí?

Agora eu vou falar. Agora sim eu vou desnudar o destino, deixar o fado assim nu e cru para os meus olhos. Esse é o primeiro et pour la premiére fois en Europe la plus agréssive (…) chanteuse bresilienne (…)

Li em voz alta aqueles quartos vazios
(Me sentia nu por dentro e gravava lindas poesias para mandar a um gajo que me trouxe a beleza aos olhos)
Em meu peito se encheu
Se encheu encheu
Se encheu de muito eu
Que sinceramente
Não deu

E eu fui lembrando da minha infância perdido naquele terreiro onde a festa ía até o sol raiar e eu ia até me acabando prefigurando para mim um destino assim tão cru

Meu fado, meu fado, meu fado

Estou enchendo todos os cadernos de cinco pesos que tenho a mão
Antes do fim do mundo
Uma cacofonia de letrinhas e palavras

Provando todas as combinações de letras e palavras
Os alexandrinos ficaram na outra estação
Parnasiano é o meu coração

Quero cultivar o verso pobre
E nem por isso limpinho
E nem por isso verso
E nem por isso impeço
O avesso
Da beleza
Na minha mesa

Com garfo e faca
E a culpa pendurada na porta.


Meu amor, confesso-te que fiz o download do primeiro disco da Ângela Rô Rô, aquele de 1979, sim, aquele mesmo. E fui ouvindo no metrô e fui me derretendo e tive vontade assim de explodir e de fazer alguma coisa, mas eu fiquei contendo a minha ereção, disfarçando a minha vontade de vida, cantarolando baixinho olhando o meu reflexo até ganhar as ruas peladas de fim de outono cantando e cantando e cantando sem nenhum cais do porto nem ao menos os horizontes do planalto central.

A filosofia, meu amor, alguém disse que é o playground do Satã
Uh.
Quem disse isso?


Caro x., enquanto a gente trepava num dia desses eu dei pra ficar contemplativo, cara de nada mesmo, e, driblando o sono ou coisa parecida, olhei pela sua janela e vi um céu tão azul mas tão azul que quis congelar o momento. (...) o seu trabalho debaixo do (...) que a gente tava também sendo abençoado por algo muito forte e intenso.

O jantar está no fogão.


Ah, mas quando tudo é tão doce e o frio me machuca o rosto me acariciando a face como uma linda prostituta, ah, o frio, o frio batendo sim, deixando meus olhos lacrimejados pedindo mais esse abraço de amor, esse abraço de tão delicioso sofrimento (...) minha cabeça no meio da rua na parede mais bela
Eu sou essa cidade já, filho dessas ruas
Justamente por nunca por ti ser
Justamente tenho que ver
Na costanera no domingo de sol sou todo amor todinho amor
Forçando o meu sotaque pra você me amar demais
Sugerindo a minha nudez debaixo do sol de novembro



Esboço da minha primeira modinha:

Você das Ingraterra veio breve
Mexer aqui com a minha calma
Corromper-me toda a alma
Desse pobre cristão que te escreve

E fez me sentir assim tão bem
Reconstruindo Sodoma
Num lindo mutirão a dois
Tão sexy e tão hot

Esfarelando Lot

Tão lindo e tão terno
Ganharemos passagem para o inferno
Primeira classe

Mil estrelas

Que caírão assim no chão
Enquanto te canto Orestes
Ao retirar as tuas vestes
No templo da devassidão



Hey man, you are right