quinta-feira, maio 17, 2007

Poemas Sacanas

“HAVERÁ PARADEIRO PARA O NOSSO DESEJO
DENTRO OU FORA DE UM VÍCIO” (A. Antunes)

“HAVERÁ PARAÍSO
SEM PERDER O JUÍZO
E SEM MORRER?” (A. Antunes)

haverá paradeiro para meu corpo
templo do espírito santo
templo pérfido
templo perdido
templo violado
e sujo
haverá salvação para tamanho inferno
irei me encontrar com o demônio?
irei copular com ele?
irei pedir perdão ao deus no fogo do inferno
irei ver o pecado
amo o pecado quando bem feito
amo o pecado mas tem que ser um pecado que tome conta de todo o corpo
como o êxtase que dura minutos após o gozo
talvez seja a graça em meu corpo
a graça abençoando tudo isso
tamanha graça que nos torna ofegante da nossa condição humana
que vá até o cérebro e escureça a vista
que arrepie cada toque e cada beijo
assim é bom o pecado
assim é bom gozar pra fora como fez aquele na bíblia
jogou sua semente fora e levou uma bronca de deus
assim é bom trepar
em todo o lugar
pecado é ter corpo e não trepar
eu se fosse Eva me masturbaria na frente de Adão
E na frente do dono do paraíso como protesto
E depois junto com a serpente faria uma orgia e chamaria Adão
Se eu fosse Adão me lambusaria com o fruto proibido
Passaria no corpo de Eva e a lamberia todinha!
E convidaria todos
Menos aquele deus que expulsou todos
Ele teria que reinventar a humanidade
ou ficar emburrado com ela pra sempre
e mandar um dilúvio
de castidade
haverá paraíso sem perder o juízo?
perco o juízo contigo
sim
mando ele pra puta qui paril
perco o pudor rapaz
por que tudo aquilo é balela e é furada
quando eu olho para tudo aquilo
fico triste e vejo
como deturparam tudo!



Derramando o seu decote
Seus seios que pulam da camisa
E chamam
E convidam
E pedem
Uma olhada
Ou uma chupada


Rapaz, não brinque não
Eu bem te avisei
Sou homem certo
Rapaz fique na tua
Que afogo o teu sorriso num beijo
E grudo em você


Na noite escura
Eu vi o teu corpo
suado
Senti o teu cheiro
E tua respiração no meu corpo
O teu calor na minha pele
Não sabia o que era sono e o que era estar acordado
Só sei que estava contigo
e éramos um só


tua camisa
tua saia
tua roupa
tua meia
tuas costas
tuas pernas
tua boca
tu todacompleta

aquele que tem lábios finos
e cara de anjo
e olho de demônio
e corpo de deus

a pele e a roupa
o suor
a saliva
o calor
o gemido
teu líquido
meu líquido
nosso líquido
bento.


Dentro e dentro de ti
Eu via o que não queria ver
Via o pior das coisas
O quanto esse momento poderia durar?
Um espasmo, um gozo
Um beijo
Um empurrão

te como
te mordo
te bebo
te chupo
te mastigo
te solvo

A chupada chapada na chopada
Chupada
Chapada
Chopada
Chupada na madrugada
Chapada de cerveja
Chopada de indecência
Ela não quer ouvir falar em nada
Quanto menos ele.
E que se foda tudo!
E o que importa é a chupada
profunda.


pequenas coisas escritas
escrividas
escrevinhadas
escritinnhas
escrotas
escrutinio


teus braços de homem
tuas mãos ágeis que fingem escrever alguma coisa
que fingem pensar várias coisas
teu rosto e tuas sobrancelhas que fingem se espantar
teu sorriso de menino
para sempre guri

lá na escuridão nos defrontamos com aquele que sempre vem
nos tornamos adultos entendendo o desejo
compreendemos pequenas coisas
lá no beco
onde o vento não ousa chegar
eu meio tonta
e você me chamou de mulher
pela primeira vez

e o teu corpo
teu peito e tuas costas
tuas mãos e teus braços
tuas pernas e teu sexo
teus pés e tua nuca
teu corpo

nada debaixo do short
nada
nada
navega
nádega
na adega
escondido
rápido
antes que alguém chegue