sexta-feira, outubro 16, 2009

Ceninha para uma tarde que se fantasiou de alegria

Rio, poeira do tempo:

Ambiente escuro, escrivaninha solitária, spot de luz no ato, mão na pena em bossinha intimista o poeta escreve:

"Baixei a música que você falou. Bateu fundo. Sou tolo ao fazer isso. Mas não posso negar que é belo e tem charminho. E tem verdade sincera, pois dessa vez a música diz tudo. Move o mundo, minha vida e minha loucura. Funciona assim como um eterno espiral, ou então um espelho em frente a outro espelho e vai e vai e vai. É uma dízima, talvez o sentido final dessa minha quixotesca nem por isso burra busca do próprio sentido. ¿Uma cobra mordendo o próprio rabo? Não. Nesse caso há a magia do dois, ainda que ilusória, há ainda vida respirando e céu nascendo em primaveras insuspeitas. E quando a felicidade vem assim mais que clandestina que se faz? Aspira-se a plenitude? Morre-se na canção? Ou vai-se então em assovio, em assovio vai-se até não se sabe onde. Talvez num futuro imaginado isso tudo não passe de peça linda de museu. Um beijo folclórico."


® rêver toute la vie productions

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