quinta-feira, outubro 15, 2009

Declarações a uma manhã que se vestiu de tristeza

Em cada passo daquela melodia ainda sou o mesmo pretenso romântico quase arrependido do quase final da quase palavra que desatou tudo.
Com medo do sem sentido apego-me a fórmulas fáceis como quem se apega a amores levianos e superficiais
Vou me dando conta que no final encontro o sem sentido hermético de qualquer coisa que não seja um amor que não tenha que se diferenciar de paixão, vontade e vida
Encaro essa não certeza como uma falha séria de qualquer elaboração e a deixo escondida em laboratório e vou temperando assim aos poucos nos textos que não acho medíocres e nas declarações que pretensamente acho válidas
Ainda habita em mim o infame ainda apesar da esquina ter sido dobrada já tenho as lágrimas choradas frente ao espelho ofertadas em mercado livre longe de qualquer pretensa inflação e especulação
Até porque o tempo até porque a memória até porque o passado até porque tudo isso tem o seu preço lá fundo como se a nós tivesse sido ofertado um dia uma verdade maior e depois de vista, nunca esquecida, essa verdade ficaria lá latejando
Oh sinal esse de cumplicidade de quem olhou até o fundo o sem sentido e depois ficou marcado assim reconhecendo no outro desejo o seu próprio
Por mais que não, recuso-me em acreditar numa falta de essência seja a do homem seja a do amor, pois se não temos uma corda melhor a inventamos
O homem essa tal invenção, como terminas o teu livro, o homem continua lá bancando a sua essência que sim, tem que existir, caso contrário não choraria ele tais nomes e tampouco tremeria frente à possibilidade do encontro
Ou talvez sim, talvez sim a invenção final valha mesmo o próprio caráter do homem, a sua linda capacidade de fazer sonhos.

Mas sigo negando. Sigo negando o verso.
O dia em que ele calar, o dia sim que ele calar terei me rendido
A tanta, tanta saudade...

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