segunda-feira, agosto 31, 2009

Dos Latifúndios das Poucas Glórias I

Ah, mas de pessoa para pessoa eu acho que convém a gente conversar agora nesse ponto que a gente chegou.


As coisas funcionam da seguinte maneira: você vai na frente arriscando versinho e eu vou atrás contabilizando as suas lágrimas e a gente vê no que dá.


A primeira das poesias eu vou assim esticando na ponte os dois lados do seu coração, fiscalizando de uma ilha qualquer o seu atrevimento.


A segunda diz de um futuro não tão distante onde você apressada nos dias nublados de inverno passava com o coração aparentemente sossegado pela janela que dava para o lado da rua.


A terceira dizia talvez o que nunca foi dito.


Ah, mas é que ouvir nessa noite aquela cantora tem um preço que eu não estou disposto a pagar.


Dá-me um navio para zarpar


Um navio para ficar.

Cedo ou tarde.

Um comentário:

Ci disse...

Ah, quanto amor a gente guarda para as poesias
E quantos versos eu guardei pra você
São certezas duras em ternura de veludo
Cadê aquela outra mulher
Você me parecia tão bem
A chuva já passou por aqui
Eu mesma é que cuidei de secar
Eu te dou as músicas, os doces e as aleluias do meu sábado
Eu te dou o meu mar. Não tenho navio, Henrique. Não posso ir embora.