sábado, agosto 29, 2009

01:26 A.M.

Diário de bordo navegante atrevido

Escutei no rádio que a promessa da águaneve em fim de inverno era mera especulação.
Tive vontade de te ligar e saber novidades pernambucanas. Não tinha dinheiro.
Acordei com uma música na cabeça. Uma música que tem a ver com o Rio de Janeiro. Cantei a música mesmo sem ritmo para mim mesmo e me imaginei mais perto daquele lugar. A música não cita explicitamente o Rio, mas é completamente Rio de Janeiro, da cabeça aos pés, bem mais que Cidade Maravilhosa. Fiz uma coisa muito feia. Menti sobre uma poesia e abusei da imagem da Ana Cristina C. Falsifiquei uma poesia minha e dei o seu nome. Brinquei de ser ela. Nem perceberam.

Não quero mais fazer considerações a respeito do plágio. Quero lembrar do jeito em que comias arroz nas noites angustiantes de domingo. Tudo bem, planos a parte sua vida a minha vida, nossa vida, a gente tem que sair, que fazer, deixa pra depois, a gente faz promessa, vai fazer calor.

E seu elevador sempre elemento estrangeiro me levando para o térreo já madrugada de segunda-feira tenho que dormir mais pois assim não dá, começar a semana assim, namorinho de portão, domingo a noite é demais para uma semana só.
Segunda embaçada de primavera carioca, clima abafado, promessa de vida no metrô, e quando faz duas horas eu quase me arrebento de tanta poesia que meu nariz sangra. Êta primavera seca. Mas não faz mal, não faz mal que a semana tem cinco dias e eu cinco dedos, cinco sentidos para te traduzir.

A música sonhada foi a saudade congelada do Rio. Domesticada para dizer a verdade:

“Dia após dia
Começo a encontrar
Mais de mil maneiras
De amar”

E dois dos meus dedos se atreverão a tocar os seus. Nós somos filhos do nosso tempo. Falo pelos cotovelos pra você, me excedo, mas faço tempo para você falar e se expor e eu A-D-O-R-O as suas respiradas lentas, os seus silêncios repentinos. E depois o seu falar completamente sincronizado, alto, claro, projetado, dicção perfeita.

Hoje vai chover. Deu no jornal. Parece que já chegou o verão.

P.S. – Da próxima vez prometo-te prostituição. De uma vez só. Sem dor e com muito sabor.

Um comentário:

Ci disse...

Aqui nessa cidade
O pôr do sol e a paisagem
Vêm beijar luar
Doar felicidade



Sem dor tem graça?