Tenho fumado Gudangs Garam como quem fuma o mundo. Às vezes acendo o meu quarto em projetos intermináveis e fico a discorrer sobre o tempo empurrando com a barriga apertos de coração. Agora que a minha prosa me sufoca, invade território alheio e muda de general, o meu coração não faz outra coisa que apertar assim. Em tamanha dispersão me encontro, ridicularizando terríveis certezas apegando-me ao que não passa.
Tem sido difícil fazer literatura de maneira que o sol fique em seu próprio lugar. Textos frescos e velhos todos eles já passam da validade quando encontram o papel.
Gosto da deselegância do Gudang. São cigarros indonésios que me transportam ao subúrbio de Bandung onde as pessoas nascem sabendo da verdade que por aqui é puro desconhecimento.
Aprendo ternuras em olhares alheios.
E em sorrisos novos
Que doiram sóis sem literaturas
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