sexta-feira, setembro 25, 2009

eu queria tanto descansar

até porque minha bela fonte nenhuma equivale a nossa destreza a nossa forma pior de transformar aquele tédio em nosso alimento cotidiano, escalando assim na miséria alheia nossos sentimentos mais mesquinhos, dando-nos enfim o direito e o dever de prostar-nos diante do horroroso mar e render glórias e ele. e a nossa viagem poderia ser ruim, voce poderia nao estar feliz e eu poderia desencadear toda uma torrente de pensamentos tristes e velhos que mostravam arrependimentos novinhos boiando ainda na consciencia alheia boiando ainda no sinal daquele mesmo pedàgio com você já arrependendo de ter tomado a estrada a Márica, até a tua Ponta Negra onde vestias o mesmo uniforme de um biquini, um maço de cigarro na mao, livrinho vagabundo na outra, besuntada de óleio indo assim gastar o tempo no lado de fora da casajá na beira do mar o dia inteiro indo com o seu mesmo radinho ligado cantando os teus sambas de bêbados, apaixonados, macumbas e paixoes torrentes.... Indecente! Indecente você que sabia chegar de Maricà como quem chega de um monastério com armas assim para enfrentar aquela perigosa estrada chamada rotina, chamada consciência mais pura e bela dela.

Eu nao quero me arrepender de você.

(Por onde andarà essa a quem escrevemos?)

Fragmento de dia e de ano, numa vez numa tarde numa bela cidade cheia de sol de um lugar daí alguém largou a cantar versos lindos e perversos e amorosos e chorosos e esse largar verso deu origem a um sorriso purinho desses perdidos aí numa dessas janelas desse meu ser tao agradàvel e solene, e esse alguém que aí se perdeu e esse alguém que é táo belo eu sei que está aqui dentro, eu sei que está aqui dizendo me procurando me encontrando, pois entao, esse alguém tao belo disse que hoje eu tinha que me enfeitar direitinho, água de cheiro, perfume, sabonete pois ele viria me buscar para uma festinha, surpresinha íntima, festinha de criança em que eu ia chegar assim ostentando a minha verdade tao protegida e os convidados da altivez de seus copinhos de plastico iam se questionar a existencia alheia de tantas criaturas continuadoras daquela loucura.

Aí voce tirou as sandalhas, fico descalça assim no paralelepipedo da velha cidade e largou a sambar no compasso de um surdo atrevido que já se anunciava no final da rua... é você, tao indecente, reivindicando o tempo das suas escapadas e sacanagens, OH SER! OR VIDA! NAO É O AMOR QUE MOVE TUDO ISSO? DEIXAI-ME ESCREVER A VERDADE... aí vinha a bichinha toda preparadinha, toda arrumadinha entoando cânticos afro-brasileiros-baianos já batendo palma e indo pegar o peixe e a felicidade que diziam que a baia tinha. (Eu particularmente lá chorei de amor e fiquei feliz por chorar de amor na Baía que tanto admiro, a minha oferenda pra tanta verdade tentada).
E ela aqui ainda ressoa dentro de mim pois os meus sonhos que estavam congeladinhos dentro de mim lá derreteram e se fizeram homem forte, verdade, carinho e luz. luz dura. POIS É CHEGADO O TEMPO DA ANUNCIAÇAO. Nao me fale daquela transiçao de uma da tarde para quatro da tarde quando o sol já era outro amante, talvez décadas mais velhos, mais experiente, sereno e intenso a te beijar a pele de outra maneira e de outra cor.

Talvez eu desista! Talvez eu desista de ser brasileiro assim tao de repente. Talvez eu desista um dia e cante a letra de pra dizer adeus rindo de verdade. Eu senti que fantasiar-me na cidade essa tao grande, em tarde de carnaval e pensar ainda em voce com cachaça nao me deu a vontade suficiente de desesperar-me. talvez seja lindo assim quando os pensamentos e as paixoes intensas entrem nesse estágio de vida artificial de estrela distante ana e cheia de grandiosidade. e essa saudade era tao terna mas tao domesticada já que pensar em voce me provocava nada menos que uma pura e sincera felicidade. era talvez aquele o sentido final do tanto amor, do amor demais, o do senhor estou desesperado, o senhor tudo é pesado. E subia a ladeira da cidade pensando assim e já sorrindo registrando a minha felicidade na latinha que tinha brilhando o sol das dua tarde na minha mao, um amigo do lado e um sorriso jovial na minha frente a me dizer bastantes coisas que eu quero escutar. ah, meus tempos, meus tempos em que nao se desistia e todos os livros vinham escritinhos certinho com ponto e vírgula e um tempo também outro em que as verdades indecentes me eram escondidas e eu acreditava piamente na imagem serena da cidade a noite.

Um terreno qualquer de Maria Paula lá praquela década, lá praquele mesmo lugar se batia tampor e se comia pipoca e refrigerante apostando felicidade....


Quando Oxum proclamou a sua independência de condiçao baiana ela foi viver um tempo na fronteira do Brasil com Uruguai pra poder acertar algumas coisas que ficaram pendentes.
E todo domingo de manha sua prima maior acordava cedo e ia conferir se a felicidade sim tinha se anunciado na janela e tinha se feito gente pra ela poder tocar.
A prima maior que acordava cedo somos eu e você e todos os seres deste lindo velho mundo.


Ela vinha na praia. Ela ficava na praia. Deixando assim o copo da cerveja meio enterrado na areia, abrindo o isopor, pegando gelo e refrescando o corpo sambando para os olhares gringos e alheios e mostrando e medindo o desejo nos rapazes ao seu redor. Ela tinha a lua ao seu lado e também controlava o vento de sua saia e de seus clichês escondidos no caderninho da sua bolsinha roxa deixada também perto do isopor de gelo.
Ela ficava até mais tarde e sambava mesmo, ria e no final mesmo com o sono repetia a frase, ajudava na bronca da mae, limpava peixe cantando a sua condiçao tao triste e tao ideal e sorrindo no fim mesmo sorrindo.
ela vinha me proclamar exorcismo de tantos pensamentos, acordava cedo, estendia assim na beira cada pensamento, cada fantasia mais íntima cada momento masi seu
e assim em séria ia proclamando o suicídio, coagindo sucicídio nos pensamentos inseguros na beira do pensado e do feito.
eu também me atrevo, eu também e porque nao ainda me dói a ma, ainda dói a minha verdade vacilante que foge para a sua aldeia deixando nada atrás nao, nem mulher bonita pra me receber nos braços, abrindo-me os caminhos no seu ritual todo dia tao egoista e vem vem devagarinho pois Deus já tinha dado bençao demais e ficava me cantando Pontos de Caboclo, coisa light, sem medo algum, canta-me pois eu quero a minha Jurema nua também e nem um pouco arrependido de ter mordido a maça dos cristaos tao insossa tao verdadeira louvada seja as minhas letras, pois eu sentia medo daquela voz dela cantando e advogando tanta coisa pois linha branca linha branquissima ela ia saltando de coisa em coisa.

Lágrima serve pra quê entao, mulher se a nossa luta ainda nao tinha sido feita e voce se atrevia em dançar buscando refugio nesse monstro da sua voz da sua postura tao forte e o que a gente faz com isso a gente escreve ou deixa secando lá fora, a gente já tem a mao um pouco cansada e a gente vai ficar agora olhando deixando o sonho levar a gente sem saber de nada sem saber de tudo

lá na minha casa do meu interior eu to fazendo coisa ruim e to ficando calado podendo falar, vamos cantar a fome? VAMOS CANTAR A FOME?

E se a gente falasse de FOME hoje?

Vamos bordar a palavra fome em cada palavra em cada letra em cada pensamento ainda temos a frente a fase em que a gente se converte pra essa forma de gente tao bela e tao sincera...

Mais um flash de pensamento em que você nao queria sair de casa, queria ficar em casa dançando sozinha nao sei porque dizendo que as suas primeiras leituras lhe eram poder demais intensas e ela tinha que ter mais tempo pra ela mesmo.

Meu amor foi no vapor. Foi com a luz apagada de Sao Jorge. E eu dei as costas antes. Porque fazia um pouco de frio.

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