Quero o tempo para te escrever o "ainda te quero"
Quero o adivinhar dos teus beijos na ausência forçada
Quero maturar meu sentimento por ti em sala escura e fechada
Quero te cantar e te escrever até gastar minha caneta
Quero fazer do sal de minhas lágrimas o jantar que te cozinharei
Quero zombar dos verões apressados que se esquivarão do nosso encontro
Quero todos os papéis rasgados das poesias mal escritas
Quero todos os amantes resignados a tua silenciosa presença
Quero mais que tudo o que nunca pude desejar
Quero fazer de cera o teu chorar e derreter tuas mãos que pousam na mesa.
Quero fazer dos nossos corpos orgia intensa e profana
E quem sabe queimar o pavio que me prende a ti sempre deixando no teu corpo a marca do que um dia senti pois se um dia eu te amo eu te amo sempre e até o fim dos dias teu olhar e teu corpo me serão uma presença domesticada ou selvagem, difusa ou clara, mas sempre intensa, sempre intensa, cronicamente preso no corpo e no coração como tatuagem que as vezes dói e enquanto escrevo essas linhas dói dói muito dói pra caralho dói tanto que eu queria não sentir mais nada dói tanto que eu faria tudo pra voltar pro início quando te abri o zíper da tua boca e de lá tirei a tua língua vermelha que fiz minha companheira.
Só eu, só eu desvendei os meandros do teu eu interior
Só eu, assim como todo mundo
Te vi de fora.
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