quarta-feira, junho 02, 2010

sem antes nem depois

é que no final ele sempre ficava bem mesmo depois de todo o desastre torre desabada em segundos...

imagens reais, situações verídicas aconselham meu ser afoito a seguir assim escrevendo redação pela linguística não pela gramática. tudo é uma questão, tens que ver para quem tu vais ler isso.

Dizia o ser afoito enquanto cozinhava o sábado a tarde, dizia ele preparar comida nova, dizia ele arriscar toda sua vida no azeite, dando beijinhos assim entre sais e pimentas, arriscando assim juras de amor em pápricas e alcaparras.

Não. Não havia ser afoito. Ao longe se ouvia os acordes inconfundíveis de cama e mesa canção imortalizada na voz do já finado Agepê dizia a minha vó ser este um cantor lá do século passado, dizia minha vó ser ele uma beleza rara, voz e sorriso só cantando o amor.

O sábado a tarde, sabia ele, o meu amante, operar com destreza e carinho todo o perigo, toda a leveza das seis e vinte e poucos de uma tarde de sábado, oh que desconsolo, oh que desconsolo, o meu sonho burguês derradeiro para mim, sorriso colgate ostentado nas oito horas de manhã de domingo enquanto lá fora o mundo era outra coisa e a gente sim estava pronto para mais esse desafio.

O meu ser afoito perto da torre desabada em segundos.


Um comentário:

Isadora P. disse...

Adorei "...arriscar toda sua vida no azeite, dando beijinhos assim entre sais e pimentas, arriscando assim juras de amor em pápricas e alcaparras."

Você [afoitamente] com as especiarias e eu [siriguelamente] com os cheiros...

Postei algo sobre o engodo dos odores... sobre a máfia dos perfumes...

beijos, querido-companheiro-de-maratona-de-lobo-antunes-num-dia-de-chuva.