domingo, dezembro 06, 2009

Quando eu abro os braços

Talvez eu tenha consumido o ato final da minha breguice melancólica nostálgica ao escutar hoje aquela canção da Gal que guardava a sete chaves

O tamanho da dor era do tamanho do mundo como abrir uma gaveta daquele tempo que já foi embora e que ficou em cada melodia e cada verso do ar que era novo como o amor que eu respirava e duvidava passageiro

o amor que um dia me mostrou a sinceridade e seu pulso livre de qualquer momento vigilante do desapego do sereno delicado

de repente desnudou-se assim sem reservas e me cantou no ouvido a canção que deu título ao meu amor e que agora estava tão ali, tão disponível,como mais uma estranha

Banquei o ascético e fui agarrando almofada ao som de imãs, sós, olhos, voz e fui deixando surgir na minha frente a lembrança do meu esquecimento mais sincero

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