sexta-feira, maio 08, 2009

Pertinho da Santa Cecília

Escrever!?!?! Eu não. Meu negócio é sair fazendo negação pra depois sair catando o que sobrou.
Meu negócio é sair fazendo idealização pra depois ir esquecendo quem eu sou.

Eu sou uma mulher sincera. E razão me é jóia rara que tenho assim as pampas.

E, como fina dama que sou, saio desfilando assim no sapatinho minha fineza, armando armadilhas para os olhares desprevenidos lá pertinho da Santa Cecília.

Lá pertinho da Santa Cecília chegando já embaixo daquelas grandes palmeiras perto da Igreja que perdeu a torre eu me humanizo, me escondo e me travisto num olharzinho de um rapaz que intercala uma boa conversa com mijadas sorrateiras e inconvenientes.

É assim que eu reavivo as chamas e faço das cinzas a minha memória de você acariciando a branquinha que tinhas na mesa, assim tão você, apaixonadamente você, seu olhar me tragando e eu explodindo de desejo e de amor

De amor, sim! Mais que universal, aquele que me faz costurar essa cidade e amar cada paralelepìpedo dela.
E também matizar a minha fala um pouco monótona e o meu esnobismo inconsequente.

Perdoai texto ele não sabe o que faz. E eu quero fazer cosquinha assim na leitura dos teus olhos e R-E-G-O-Z-I-J-A-R-M-E com a sua pupila se mexendo e teu olho piscando como se mirasse a mim, esse é o meu troféu, como se mirasse a mim, assim com a nudez ao lado do teu eterno abajour lilás

Por onde anda aquele abajour?

A gente tem que marcar outro dia pra inaugurar outra Gomorrazinha assim, só não se esqueça de trazer culpa e pecado que assim é muito mais gostoso, imagine só, você sabe que a gente se acaba na autoflagelação e não tem coisa mais deliciosa que isso, quanto maior o prazer mais saborosa a culpa, um aumentando a outra.

Aí está o lance, temos que inventar a culpa, ou melhor, ressuscitá-la, pois o tio barbudo disse que a gente passou pra época da farsa e eu acho que não, eu acho que a culpa que eu ressuscito é sincera, sincera demais e não é farsa alguma.

É o contrário de uma serpente comendo o próprio rabo. Pense nisso. Comer o próprio rabo assim como que ao invés de sumir, o sujeito fosse aparecendo mais e mais.

Olhai a dialética, caro amigo.

Pois hoje eu estou cansado de chorar nas barcas que rumam para aquele triste negro trópico do cais e do lamento choroso barcas s a.

Pois hoje estou assim, olhando o movimento das barcas, num feminino muito mais belo, sem lágrima alguma pra chorar madalenamente não arrependida pelo que fiz.

Já chorei dez baías de Guanabara hoje e nenhuma, nenhuminha delas é de crocodilo.
É de mim, de mim mesma.

E não tenho dito, pois se dito tivesse eu não seria eu aqui se escrevendo
Assim mais ou menos assim.

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