Dos tantos textos que Armanda te escrevi este talvez seja o
mais difícil, isso posto porque a fragmentação do disco se fez com o seu
apartamento que você mobiliava no plano astral e a sua vontade de casamento de
juntar os trapinhos se reduziu a sua mesa, o seu ventilador, os seus livros e
todo um universo a ser desvendado.
Quando adivinhava a sua presença no sono ou quando virava a
maçaneta da porta e te imaginava em casa eu era um tolo mesmo e gostava
de repetir.
Ainda conservo comigo a samambaia que depressa se amarelou
antecipando o outono em pleno dezembro o tempo dos flamboyants e suas folhinhas
e o papo da rede que a gente ia construir juntos.
Nunca voltamos de Ponta Negra tampouco fizemos aquela viagem
juntos.
C'est la vie.
Um comentário:
neste inventário, amor
um brilho que nunca mais!
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