terça-feira, novembro 09, 2010

Escutemos ao que Angola tem a nos dizer.

Escutava a canção Angola cantada pela Mart'nália enquanto caminhava pela Gavião Peixoto em Niterói. De repente fui acometido por um profundo sentimento de pertença à algo maior que superava qualquer definição de brasileiro, angolano, moçambicano, português. Não quero incorrer naquele papo de que somos todos irmãos numa linda harmonia pois a história nos mostra que as coisas não funcionam assim. Mas sim quero enfatizar essa ideia de pertença. É o mar, o mar que nos une. E que sim, tenho uma ligação com Angola e seu povo, com Luanda, com a sua história. E um compromisso (que poderia dizer político mas é mais que isso) em divulgar em muitos espaços a maravilha das letras de um Luandino, de um Pepetela, Ondjaki, e todos esses escritores desse país. Angola tem muito a nos ensinar. Aos nossos escritores brasileiros. Não há nada mais repugnante como o que conhecemos aqui como Academia Brasileira de Letras. Aquela pompa, aquelas fantasias exageradas e deselegantes, aquele papo de imortal, tudo isso é morto, é contra a criação, exemplifica claramente o elitismo de nossos intelectuais. E vislumbrar um escritor como Pepetela nos faz perceber o quanto os retratos dos imortais na Academia Brasileira de Letras escondem muitos e muitos outros verdadeiros imortais que não precisam de todos esses rituais barrocos e cafonas em nosso país para existirem. Todos os velhos da Academia Brasileira de Letras estão derretendo, suas letras definhando. Enquanto ao ler coisas da união dos escritores angolanos vejo as palavras grávidas, vejo a força de uma vivência que tem muito mas muito a nos ensinar. VIVA A LITERATURA ANGOLANA! VIVA ANGOLA!


Um comentário:

Isadora P. disse...

clap clap clap!

Ps: Senti sua falta hoje na aula da Cinda!