terça-feira, janeiro 05, 2010

Requiem

Minha neguinha



Eu não pedi para você ir embora. De maneira nenhuma. Minha dor é coisa que vou guardar aqui comigo quando eu lembrar do teu sorriso. É que eu tava tão apressado, tão egoísta nas minhas coisas que não vi assim o adeus do teu sorriso e a sua maneira delicada de existir quando você ontem veio ter comigo. Assim tão viva.



E esse texto é mero subterfúgio estúpido, tentativa vã de sarar assim aquilo que parece ficar doendo para sempre. Cantar para você eu queria, ou mostrar assim que daquela vez em que te tive perto de mim foi pra mostrar assim o carinho que sempre existiu mas ultimamente pouco falou.



Mas eu chamo a nossa condição de perversa pois não entendo realmente o porquê disso tudo que ocorre, pois não entendo o motivo disso tudo qual criança insensata que penso verdadeiramente ser.



É que eu fui te velar assim timidamente. Assim cinicamente embaixo do sol do verão parei para olhar o que já não existe, parei para enxugar o que ainda existia de ti. Parei para limpar assim pela casa o que ainda havia de mais puro, o que ainda havia de mais belo e parece escapar das nossas mãos.



Enxugando o pano então eu me dei conta de que você se ia, de que você já não mais estava, de que eu não tive tempo de te dizer adeus, de que já não me restava nada e de que nada que eu fizesse iria me trazer você de volta.



Minha humanidade mesquinha

não vale nada



nem seu sorriso

nem seu olhar

nem sua vida



tão frágil.



te amo.

2 comentários:

luana disse...

que bonito, henrique.
me senti ha pouco assim tambem, e pus no papel.
achei uma otima combinacao da sutileza da sinceridade com a intensidade do sentimento....

Leandro Valle disse...

Ainda não li tu. É a primera vez que venho! Voltarei! Não prometo, quando eu chegar tu verás, aí já será verdadeiro. Obrigado pelas visitas e leituras. OS textos são nossos. Lisonjeado pelos comentários. te leio em breve, e isso não é um segredo.

lê.