segunda-feira, janeiro 18, 2010

O Narrador

O narrador atende pelo nome desconhecido. Figura grave, taciturna, não mede palavras. Sorrisos prenunciam histórias inesquecíveis. Vontades no olhar denunciam verdade de vida mais grave que todas.

Levando em conta as últimas observações venho por meio desta dizer que o sol brilha mais bonito com literatura sincera. Vontade de discorrer em mesa de bar, em ouvido alheio sobre a figura da felicidade, a figura amada, o momento mágico.

Viver pela milésima vez sentimento que pede sinceridade. Escrever um livro, escrever poesia, escrever um suspiro.

A nossa personagem. A nossa personagem vive apaixonada. Alterna apaixonamentos com momentos de razão comportada. Afoita. Procura. Vai em busca.

A busca definida. A busca indefinida. Elementos que o narrador chafurda na lama das lamúrias dos pesares de tantas e tantas e tantas palavras.

Eu te amo no meu milênio.

Considerações acerca de sua camiseta preta. A sua camiseta preta é o máximo, é o quente, é o estouro, é tudo, é bafo. A figura que passa. Quando você passa na minha frente e não me vê eu finjo olhos que não existem e vou te seguindo assim passando atestado de besta passando atestado de experimentador, de anjo mais que exterminador, experimentador de vontade de cair no mesmo erro, de morder na mesma afta de morder na mesma dor.

Poeta se ressente pela metáfora mal feita. Num mundo de emissão e recepção quem tem metáfora tem pressa.

Tudo mentira! Tudo mentira a farsa da literatura. Ela escreve a dor diária, do absurdo, do acordar do sem sentido. Pedidos sinceros pela volta do universo o que eu faço com a minha dor que não cabe em mim, em meu saco em minha vontade de vida vontade de falar com o Bernardo Soares e perguntar a ele o que ele faria se eu chegasse assim no seu escritório e por trás te admirasse por longos dois minutos a rotina no seu mais vivo tédio no seu tédio mais nu

o tempo passa.

Pois é, antes de mim, aquele, aquele que nunca emigrou para aquele outro lado.

As pessoas gostam de plagiar seu sorriso (volta o narrador em posição de mesa de bar e cigarros blacks, pretos, dignos, clean) eu, quando pego alguém plagiando seu sorriso, fico assim com o coração aos pulos de alegria triste, alegria vazia o passado é pequeno demais para se viver.

Poeta confessa verdade que mãe Diná escondia:

ou a sua felicidade de volta em três dias ou um fio de cabelo no seu palitó ou a vez em que eu corri demais ou da vez em que o verbo no passado não me deixava triste e o presente era tão grande e tão bonito que parecia assim, casa desconhecida, onde a felicidade fazia parte da decoração.

Decoração do texto. Narrador com vícios fortes. Explorá-los. Função da crítica : chorar dor alheia, tecer considerações, confirmar felicidades, homenagens

Roubar beijos. Beijos roubados, declarações de amor roubadas
cheques sem fundo cheques sem noção do valor de um milhão do valor de te amo do fundo do meu coração

Narrador se censura calando alto com cachaça que coração tem fundo

Um comentário:

Anônimo disse...

benjamini-ano-zinho de uma figa!