A canícula, os dias de cão, dog
days, a lua atiçando a cachorrada no caminhar perdido pela cidade operando em
2D olfatos e sentidos tentando ver com um olho só. Não sei da estrela que
brilha forte no céu anunciando os tempos de calorão na varanda em noite quente.
Esquente o que esquentar a chapa no
templo interior o barulho de água de fonte cascata descendo dizendo calmamente como
quem tricota e num sorriso leva uma vida inteira. Esquente o que esquentar no
templo interior não tem ar condicionado tem ventilador e circulador, bambu,
terra batida e coentro. Terra batida que não é lama seca.
“mi corazón es un eterno taller de escritura” – José Carlo, Boedo.
domingo, dezembro 27, 2015
domingo, dezembro 13, 2015
casa
Dos tantos textos que Armanda te escrevi este talvez seja o
mais difícil, isso posto porque a fragmentação do disco se fez com o seu
apartamento que você mobiliava no plano astral e a sua vontade de casamento de
juntar os trapinhos se reduziu a sua mesa, o seu ventilador, os seus livros e
todo um universo a ser desvendado.
Quando adivinhava a sua presença no sono ou quando virava a
maçaneta da porta e te imaginava em casa eu era um tolo mesmo e gostava
de repetir.
Ainda conservo comigo a samambaia que depressa se amarelou
antecipando o outono em pleno dezembro o tempo dos flamboyants e suas folhinhas
e o papo da rede que a gente ia construir juntos.
Nunca voltamos de Ponta Negra tampouco fizemos aquela viagem
juntos.
C'est la vie.
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