terça-feira, março 02, 2010

quinta feira de cinzas

Eu quis guardar para mim o último trago do último cigarro encontrado debaixo da cama. O outono já fazia as honras da casa quando a lembrança daquele carnaval se fazia distante. Ao longe via os restos de sua fantasia intocados desde que daqui partiste como quem vai para a casa ao lado. Eu busco então a mesma paz de antigamente na minha casa mas é inútil. A casa toda me persegue e se mostra indiferente a minha dor a minha saudade. E como monge resignado sigo a dura rotina me escondendo no egoísmo maior da tristeza.
Mas as vezes a felicidade bate assim. Mesquinha. Repentina. Pobre e suja. E eu, desorientado saio assim a escrever as mágoas em momentos de felicidade forte.
Não quis que você fosse embora. Odeio a palavra saudade.
Até o som da batucada é ruim sem você
sem beijo ardente
sem nada.

Nenhum comentário: