Meu olhar pega o teu olhar na mão
E faz aquele carinho
Meu olhar escapa do teu
Desinteressado
e sai de fininho
Te sei arredio e pretensamente tímido
Ousada por demais é a tua timidez que se insinua pra mim
E já adivinha os momentos de mais tarde
Onde a música nos pegará no colo
E nos ensinará o amor
Como só ela sabe assim
Enquanto isso não acontece
Te olho
De esguelho
Pelo espelho
Fosco do desejo
Enquanto isso não acontece
espero
desespero
e espero novamente
O amor que tece
costurando o tecido mais belo com o fio da tua luxúria
descosturando com a lascívia pretensa da minha lamúria
poesia ralé
que são fodas não dadas
e sim inventadas
escrevinhadas
enfeitadas
e metidas a bestas
que com o leve toque do teu olhar recuperam o fogo das cinzas
do amor mais devoto
e se tornam poesias sinceras
lindas quimeras
a rasgarem-me a roupa
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