Ia escrever uma espécie de Réquiem para o nosso relacionamento,
mas posto que os relacionamentos não morrem eles se transformam
E CONSIDERANDO:
*O CANCIONEIRO DA MPB que está repleto de manipulações de sentimentos, coisas como eu não consigo
viver sem você, longe do meu domínio você vai de mal e pior, etc... Há uma carência de canções que versam sobre o fim de um relacionamento de uma maneira suave e tranquila, com aceitação e serenidade.
(Em 1958 Dolores Duran cantou fim de caso. A base do “só vou se você for” é ainda um resquício de manipulação forte. Mas ainda assim a música destoa das outras e deve ser aqui lembrada.)
* A aceitação da intermitência e da impermanência.
CONCLUO QUE:
O trabalho é árduo. E as doses homeopáticas de poesia e
realidade devem ser prescritas com tempo para a assimilação.
A panela de pressão segue calada, se não der vazão nesses
casos levanta-se um pouco aquela cabecinha preta e confere que a trava de
segurança vermelha esteja funcionando.
FICA ENTÃO ACORDADO QUE:
Que a despedida siga calma e serena como
nas últimas semanas. E que esse contrato seja lavrado no cartório das manhãs de
domingo
Lavro e dou fé,
Cidade das águas verdes, dezassete de Julho de 2016